Condições Atuais tem o maior impacto na queda da confiança
A pesquisa de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC-RS), da CNC, divulgada pela Fecomércio-RS revelou desaceleração da confiança na edição de julho de 2022. Mantendo-se anda no campo otimista, o indicador alcançou 106,5 pontos, recuando 1,0% na margem e apresentando queda de 11,3% em relação ao mesmo período de 2022. Na média móvel de três meses esta é a segunda queda consecutiva depois de um período de estabilização.
Apesar da queda do ICEC apresentar contribuição dos três subindicadores, é o de Condições Atuais o que se apresenta historicamente em nível mais baixo, 79,8 pontos. Esse resultado representou um recuo de 24,3% na comparação interanual e de queda de 1,0% na margem. Dentre os respondentes, 68,1% afirmaram que as condições atuais tiveram piora. “O momento atual segue desafiador para o empresário. As condições de endividamento são ainda empecilhos ao melhor andamento das vendas. Apesar da comemorada redução dos juros, , o efeito da redução sobre o crédito deve ser melhor percebido somente mais a frente.” comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
Quanto ás expectativas, o índice registrou 135,2 pontos e caiu 1,2% na margem, terceira queda consecutiva. Em relação a julho de 2022, o recuo foi de 6,4%. Quanto aos Investimentos, após 3 meses consecutivos de aumento o índice voltou a cair (-0,6%) e atingiu os 104,6 pontos. Na comparação com julho 2023, o resultado foi 5,2% inferior. Dentre os indicadores de investimento, o de contratação de funcionários apesar de seguir acima dos 100,0 pontos (115,2 pontos), apresentou recuo na margem de 4,3%. Dentre os respondentes, 62,7% registraram intenção de aumentar o quadro nos próximos meses.
Em julho de 2022 esse percentual era de 75,3%. Quanto ao nível de investimento das empresas, o indicador foi de 99,7 pontos, com alta de 2,7% na margem e queda de 8,4% na comparação interanual. A situação dos estoques avançou 0,8% na margem (99,0 pontos) e 6,0% na comparação interanual.
Confira o material completo e a análise econômica.
Entidade defende que empresas brasileiras também sejam isentas do imposto de importação para compras de produtos até 50 dólares
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) realizou uma pesquisa com 2.377 empresas de todos os segmentos do varejo para medir o tamanho das vendas expostas à competição desleal. O estudo, realizado pela Diretoria de Economia e Inovação da CNC, foi encaminhado no dia 7 de agosto ao Ministério da Fazenda.
Os resultados mostraram que 52,4% do faturamento do varejo no País é de itens com preços finais até R$ 250, valor que, com a nova regra de taxação do e-commerce, é isento de imposto de importação por pessoas físicas. Esse percentual representa aproximadamente R$ 1,5 trilhão das vendas líquidas mensais no varejo nacional. Considerando os produtos amplamente transacionados pelos sites internacionais, cerca de R$ 370 bilhões/mês em vendas sofrerão com a forte competição dos itens de pequeno valor sem imposto.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, reforça qe a Confederação defende o comércio justo e com igualdade de condições para competir. “Por conta do impacto negativo no comércio interno, é fundamental que as empresas brasileiras tipicamente importadoras de produtos acabados até US$ 50 tenham as mesmas premissas que as demais beneficiadas”, aponta o presidente. Ele afirma que a isonomia tributária com o imposto de importação é imprescindível para a preservação dos estabelecimentos e dos empregos diretos no comércio interno e os indiretos nos demais setores da cadeia de compras e fornecimento.
Segmentos de cosméticos e vestuário podem ser os mais prejudicados
O estudo avaliou a representatividade das vendas no varejo de produtos até R$ 250 e cruzou essas informações com os dados do faturamento do comércio da Pesquisa Anual do Comércio (PAC) e com as informações da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego. O programa Remessa Conforme é um conjunto de regras que passou a valer no início de agosto para importações de pequeno valor (até US$ 50), na modalidade de e-commerce conhecida como cross boarder. A Receita Federal isentou de imposto de importação os pacotes que chegam ao Brasil vindos de empresas estrangeiras pelos optantes do programa diretamente ao consumidor final. A medida tem o objetivo de coibir parte da concorrência desleal, pois estimula que os estabelecimentos notifiquem as operações de baixo valor.
No entanto, há segmentos do varejo que podem ser bastante afetados pela Remessa Conforme. A pesquisa identificou que 64% das lojas de produtos farmacêuticos, cosméticos e perfumaria têm a maior parte de suas vendas com valores inferiores a R$ 250 e são as potencialmente mais afetadas. Em seguida, estão os segmentos de roupas e calçados e os de artigos esportivos e culturais, com 51%. Depois, com 37%, estão os comércios de artigos de uso pessoal e doméstico e o de eletroeletrônicos, informática, móveis e decorações.
Levando-se em conta apenas os cinco mais prejudicados, mais de R$ 369 bilhões das vendas mensais sofrerão com a forte competição dos importados de pequeno valor e poderão ser perdidas. Em um ano, são R$ 4,5 trilhões de receitas líquidas dos estabelecimentos, 13,4% do faturamento anual do varejo brasileiro. Além disso, cerca de 1,4 milhão de pessoas estão empregadas diretamente nas atividades mais impactadas, ou seja, 18,6% dos postos de trabalho no varejo e 2,8% de todo o emprego no País.
Conforme avaliação econômica da Fecomércio-RS, a busca por presentes para o Dia dos Pais tende a movimentar alguns segmentos do setor de varejo. Itens de vestuário, calçados, esportivos, ferramentas, equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, segmentos de perfumaria e cuidados pessoais, além do varejo de alimentos e bebidas especializadas são presentes previstos para este ano.
Em comparação ao Dia dos Pais de 2022, marcado pela reabertura completa da economia, que deu impulso às comemorações e a busca por presentes, o cenário em 2023 tende a repercutir em vendas mais contidas. Os dados recentes da Pesquisa Mensal do Comércio (IBGE) mostram um ímpeto de consumo que tem perdido força ao longo dos meses, sobretudo para o consumo de bens não essenciais. O cenário indica que deve prevalecer a cautela nas decisões de gastos, especialmente num cenário de endividamento elevado e inadimplência crescente. Apesar do recente alívio da trajetória da inflação, os juros elevados tornam o crédito caro, inibindo o consumo.
Para o Rio Grande do Sul, os dados da CNC indicam famílias cautelosas, com o último dado disponível para a Intenção de Consumo das Famílias mostrando recuo na confiança e patamar mais baixo no campo pessimista (abaixo dos 100,0 pontos), marcando 77,8 pontos em junho/23; sobre a situação financeira, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência deixa evidente a condição delicada em que muitas famílias se encontram, com 42,4% relatando ter dívidas contraídas para consumo atrasadas em junho.
Diante disso, se por um lado conta positivamente para o consumo das famílias o suporte à renda dado pela retomada da massa de rendimentos do trabalho – com mercado de trabalho que se mostra resiliente após forte recuperação em 2022, aliado ao reforço nas transferências dos programas sociais por parte do governo federal, por outro lado pesam desfavoravelmente a situação financeira das famílias e a baixa confiança para consumir, além dos preços maiores de itens habitualmente procurados para presentear –vestuário masculino (10,39%) e sapato masculino (16,31%).
Conforme a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE, o Varejo Restrito brasileiro teve variação de 0,1% no volume de vendas no mês de abril em relação ao mês imediatamente anterior, na série que considera o ajuste sazonal. A pesquisa investiga empresas varejistas com 20 pessoas ocupadas ou mais. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, a PMC teve, em abril, aumento de 0,5% na série que desconsidera o ajuste (em março havia registrado variação de 3,3%).
Com o resultado, o varejo restrito brasileiro acumulou variação de 0,9% em 12 meses. O Varejo Ampliado, que inclui as atividades de Material de Construção e Veículos, Motos, Partes e Peças, e Atacado de Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo teve variação de -1,6% na comparação mensal e, em relação a abril do ano anterior, o resultado foi de 3,1%. Com isso, o varejo ampliado acumula estabilidade (0,0%) em 12 meses.
No Rio Grande do Sul (RS), comparado ao mês anterior, o Varejo Restrito teve variação de -0,5%, na série dessazonalizada. Em relação ao mês de abril do ano passado, houve queda de 2,4%, a primeira queda nessa base de comparação desde set/21. Com o resultado de abril de 20023, o varejo gaúcho acumula alta de 5,1% em 12 meses.
Já no Varejo Ampliado gaúcho houve alta de 0,5% na margem. Em relação a abril de 2022, as vendas recuaram 2,3% – a primeira queda nessa base de comparação desde julho de 2022. Dessa forma, o volume de vendas do Varejo Ampliado registraram alta de 3,9% no acumulado em 12 meses no Rio Grande do Sul.
A queda de 4,3% no varejo restrito do Rio Grande do Sul na comparação com abril de 2022 foi resultado de uma alta e sete quedas na desagregação das atividades investigadas. Apenas os Artigos Farmacêuticos e Perfumaria (9,4%) tiveram alta. Os demais segmentos tiveram queda. Combustíveis e Lubrificantes (-5,5%), Hipermercados, Supermercados, Prod. Alimentícios, Bebidas e Fumo (-0,5%), Móveis e Eletrodomésticos (-11,3%), Tecidos, Vestuário e Calçados (-6,3%), Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (-11,4%), Equipamentos e Materiais para Escritório, Informática e Comunicação (-4,1%) e Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (-14,1%). No Varejo Ampliado, a atividade de Veículos, Motos, Partes e Peças registrou queda de 0,7% na comparação com o mesmo período de 2022, e acumula alta de 5,2% no em 12 meses. Já Materiais de Construção apresentou alta interanual de 8,1%, fechando no acumulado em 12 meses com avanço de 5,6%. Por fim, o Atacado de Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo teve variação 17,5% na comparação interanual.
A série histórica recente mostra que o comércio varejista gaúcho tem apresentado um comportamento errático na comparação mês contra mês imediatamente anterior, alternando quedas e expansões. No varejo ampliado, esse comportamento também existe, mas é menos intenso. Em linhas gerais, o que temos é um quadro de desaceleração que se justifica pela conjuntura atual marcada por um contingente alto de famílias endividadas, com um percentual elevado de inadimplentes, taxa de juros elevadas e uma postura mais cautelosa por parte dos consumidores.
Fonte: FecomércioRS
O setor do varejo conseguiu uma decisão importante, a 1ª turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) definiu por unanimidade de votos, que a União não pode cobrar Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) sobre bonificações e descontos obtidos na aquisição de mercadorias.
O entendimento é no sentido de remover os descontos obtidos e as bonificações em mercadorias recebidas pelo comprador das bases de cálculo das contribuições ao PIS e à COFINS por não constituírem receitas passíveis de incidência destas contribuições.
O entendimento da Receita Federal, é de que os descontos obtidos e as bonificações recebidas, por não se enquadrarem no conceito de descontos incondicionais e não constarem da nota fiscal de venda, são receitas tributáveis pelo PIS e COFINS.
No entanto, a relatora, ministra Regina Helena Costa, é contra a tributação, seu entendimento é de que a base de cálculo do PIS e da COFINS no regime não cumulativo é composta pelas receitas obtidas pela empresa no mês. E, o seu posicionamento é no sentido de que os descontos não entram no conceito de renda, isto é, não há como transformar as despesas do varejista em receitas, uma vez que desconto não é parcela apta a tributação de PIS e COFINS.
Fonte: FecomércioRS
“O varejo precisa se reinventar mais rapidamente do que no passado”. Este foi um dos pontos destacado pelo coordenador de Varejo do Sebrae-RS, Fabiano Zortéa, no encontro que trouxe as principais tendências do varejo discutidas no maior evento do mundo sobre o tema, a NRF Reatail’s Big Show 2023.
Zortéa iniciou sua palestra falando sobre as tendências do varejo mundial, mas aplicando as mesmas nos pequenos negócios. “É preciso sair de dentro da empresa para ver experiências. Precisamos entender as novas demandas do consumidor”. A palestra do especialista abordou quatro eixos principais: o varejo local, a audiência digital, a jornada híbrida e novas funções.
No primeiro, Zortéa contextualizou o momento atual, consequência da pandemia, onde houve uma migração. Muitas marcas saíram dos grandes centros para os bairros e com operações menores. “O remoto acelerou esse processo, onde precisamos nos aproximar, conhecer os nossos vizinhos, suas dores e valores. Fazer parte do que acontece”. Na audiência digital, o palestrante falou sobre a conexão do real com o virtual, do fluxo para as lojas físicas e como transmitir os valores das marcas. “Não precisamos ser grandes redes para inovar. Podemos fazer isso sem investimentos altos. Isso é eficiência operacional. O varejo também é entretenimento e neste caso os dois canais, físico e digital, se complementam”.
A conexão emocional também foi destaque. Zortéa falou sobre a importância de se conectar com o cliente, oferecendo uma experiência, um serviço agregado. “O desafio é, justamente, fazer os gatilhos de forma mais criativa. “Varejo é qualquer ponto de contato com o consumidor”.
Por fim, a jornada híbrida e as novas funções foram os assuntos explorados. “Mudamos o jeito de viver. Os consumidores aprenderam que podem exigir mais das marcas”. Trazendo exemplos locais e internacionais, Zortéa mostrou a importância da tecnologia como elemento agregador nessa jornada e de mapear os pontos de contato para quem a empresa vende. Citou como exemplo de uso da tecnologia, a realidade aumentada e o QR Code e, também, enfatizou a necessidade de alinhar os processos com quem está na ponta.
Conforme a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE, o Varejo Restrito brasileiro teve variação de -2,6% no volume de vendas no mês de dezembro em relação ao mês imediatamente anterior, na série que considera o ajuste sazonal. A pesquisa investiga empresas varejistas com 20 pessoas ocupadas ou mais. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, a PMC teve, em dezembro, aumento de 0,4% na série que desconsidera o ajuste (em novembro havia registrado variação de 1,4%). Com o resultado de dezembro, o varejo restrito brasileiro acumulou variação de 1,0% ao longo de 2022. Em relação ao período pré-pandemia, o indicador encontra-se 1,1% abaixo daquele período. O Varejo Ampliado, que inclui as atividades de material de construção e veículos, motos, partes e peças, teve variação de 0,4% na comparação mensal e, em relação a dezembro do ano anterior, o resultado foi de -0,6%. Com isso, o varejo ampliado fechou o acumulado do ano em -0,6%.
No Rio Grande do Sul (RS), comparado ao mês anterior, o Varejo Restrito teve variação de -2,5%, na série dessazonalizada. Em relação ao mês de dezembro do ano passado, houve aumento de 3,7%. Com o resultado de dez/22, o varejo gaúcho acumulou alta de 7,1% ao longo de 2022. Em relação ao período pré-pandemia, o indicador encontra-se 1,9% acima daquele período.
Já no Varejo Ampliado gaúcho houve avanço de 0,5% na margem. Em relação a dez/21, as vendas aumentaram 3,2% no estado. Dessa forma, o volume de vendas do Varejo Ampliado registrou no acumulado em 12 meses alta de 3,7% no Rio Grande do Sul.
Teve início neste domingo, dia 15, a NRF Retail’s Big Show, que acontece na cidade de Nova York até terça-feira, dia 17. O primeiro dia da feira recebeu grandes nomes do varejo mundial que falaram sobre humanização de marcas, contato próximo com o cliente, futuro das lojas físicas na era omnichannel, entre outros temas relevantes.
A palestra de abertura do evento recebeu John Furner, CEO da National Retail Federation (NRF) que é a maior associação de comércio varejista do mundo, e presidente do Walmart U.S. Ele falou sobre a humanização das marcas. “O varejo que compreender e se dedicar mais a ajudar as pessoas genuinamente e resolver os seus problemas terá melhores chances nos próximos anos”, disse.
“O que vale são as pessoas”, disse o vice-presidente Eduardo Slomp.